As eleições estaduais de 2026 caminham para experimentar, de forma intensa, uma verdadeira salada mista nas composições partidárias e nos apoios aos candidatos majoritários.
Desde muito tempo o eleitor paraibano tem se acostumado a participar de processos eleitorais polarizados entre suas forças políticas (dois lados), seja nas campanhas municipais ou estaduais.
Os paraibanos sempre foram induzidos a decidir entre duas chapas majoritárias, principalmente as encabeçadas por Arena, MDB, PDT, PSDB, entre outros. O que havia de comum em todas ela era uma espécie de verticalização no voto, ou seja, se apoiava todos os candidatos de uma mesma chapa majoritária.
No entanto, a partir de precedentes abertos em 2018, com a candidatura de Roberto Paulino ao Senado, e mais abertamente em 2022, com a dissidência do Republicanos, que decidiu apoiar a candidatura do então deputado Efraim Filho ao Senado pela oposição, junto com a reeleição do governador João Azevêdo (PSB), ignorando completamente a candidata governista à época, Pollyanna Werton.
O voto entrelaçado, que já era comum na campanha para deputado, passou a figurar também na eleição majoritária. Com um precedente aberto, o que a começa a ser visto nesta pré-campanha para 2026 é uma forte tendência de repetição, aliás, ampliação deste expediente.
Pelo que está se desenhando, provavelmente serão lançadas ao menos três chapas majoritárias competitivas.
O vice-governador Lucas Ribeiro disputará o governo, tendo como candidatos ao Senado o atual governador João Azevêdo e o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos).
Pela oposição, o senador Efraim Filho (União) também deverá disputar o Governo, levando em sua chapa o ex-ministro Marcelo Queiroga (PL), concorrendo ao Senado.
Como terceira via ao Governo, surge o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que deverá integrar chapa com o senador Veneziano Vital (MDB), que disputa a reeleição.
Pelo que se escuta nos bastidores, vai ser raro encontrar um prefeito ou liderança política a votar numa chapa majoritária completa. O que mais se comenta é a quantidade de votos cruzados tanto para o governo, quanto ao Senado.
É gente que vota em Cícero Lucena, mas o senador é João Azevêdo, outro que apoia Lucas, mas um dos senadores é Veneziano. Tem gente que vai apoiar Efraim, mas vota em João ao Senado. Outros votam em Queiroga, mas o segundo senador é Nabor.
O que mais tem surgido é liderança com voto casado em Veneziano e João ou Nabor-Veneziano. Há até quem vai votar em um candidato de cada chapa.
Deu um nó na cabeça? Calma! Pode piorar. Como não tem vaga para todos, sairá vencedor desse processo aquele que melhor souber trabalhar o pragmatismo.