Apesar de não ser mais tão decisiva nas eleições na Paraíba, Campina Grande ainda possui um peso importantíssimo nas processo político estadual. Afinal de contas, não se pode desprezar seus mais de 200 mil eleitores em uma disputa.
Certamente essa conta está sendo feita por todos aqueles que se interessam direta ou indiretamente em estar em uma chapa majoritária nas eleições de 2026.
Não é de agora que a eleição municipal deste ano em Campina Grande virou alvo de interesse de muitos agentes políticos do Estado. Alguns deles até alheios à vida política da cidade, ou mesmo, com pouca vinculação com Campina.
Basta lembrar do processo pré-eleitoral, o qual esteve presente por quase todos os dias em destaque no noticiário estadual. Os acontecimentos e movimentações políticas em Campina despertavam comentários na imprensa, em rodas de conversas de Cabedelo a Cajazeiras.
Desde o processo de indefinição do deputado Romero Rodrigues, até a consumação de sua decisão, o noticiário político de Campina Grande não saía dos ouvidos e da boca dos paraibanos.
Com o transcorrer da campanha e o resultado do primeiro turno, o desfecho do segundo turno em Campina Grande passou a ser de grande interesse para todos os grupos políticos existentes hoje na Paraíba, sejam eles integrantes da oposição, ou participantes da base aliada do governo.
Dentre os principais atores, dois esperam diretamente por Campina para consolidação de suas aspirações futuras.
Um deles é presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (REP), que já assumiu pré-candidatura a governador, ao passo que já deflagra a articulação para concretização desse projeto. Uma das provas do forte interesse de Galdino no pleito de Campina, visando 2026, é indicação do irmão, Murilo, deputado federal, como coordenador da campanha do candidato da oposição a prefeito, Jhony Bezerra (PSB).
Do outro lado aparece o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), que possui liderança consolidada em Campina Grande e ainda nutre o desejo de ser governador da Paraíba.
A decisão de Romero de permanecer na oposição em nível estadual e não disputar a Prefeitura de Campina Grande este ano, declarando apoio à reeleição de Bruno Cunha Lima (União), demonstra que os planos dele, de fato, são voltados para 2026, numa perspectiva majoritária.
Se pela oposição em Campina a coordenação da campanha ficou com os Galdinos, na campanha de Bruno, coube a Romero assumir o comando, o que reforça os interesses de ambos pelo resultado da eleição em Campina Grande, como propulsor de seus projetos majoritários futuros.
Se em 2026 teremos Adriano e Romero disputando o governo do Estado, é um quadro ainda a ser desenhado. No entanto, é preciso constatar que Cada um deles só poderá avançar na montagem desse cenário a partir de resultados favoráveis vindos de Campina Grande.