Análise: a oposição a João Azevêdo está dentro da própria base aliada

Nem de longe o grupo de oposição na Paraíba, formado pelo senador Efraim Filho, ex-deputado Pedro Cunha Lima, deputado Romero Rodrigues e companhia, tem conseguido desestabilizar tanto o governo João Azevêdo como os próprios aliados que atualmente orbitam a Granja Santana.

O governador vem sendo bombardeado constantemente, direta ou indiretamente, por gente que deveria estar em sua defesa. Pessoas inclusive com espaços generosos no Governo.

O episódio mais recente foi protagonizado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), no Sertão do Estado, ao constranger o governador no meio de uma plenária do Orçamento Democrático Estadual.

Adriano usou seu momento de fala para atacar outro aliado governista, o deputado federal Gervásio Maia, por causa de uma picuinha local em Catolé do Rocha.

E essa não foi a primeira, nem será a última vez que o deputado usará da força que a presidência de um poder lhe dá, para fazer afrontas ao Governo e ao governador.

Em suas falas, Galdino sempre procura se vangloriar de ser um fiel apoiador do Governo Azevêdo. No entanto, esquece de informar que há uma relação de mão dupla. O Estado tem dado, em contrapartida, apoio logístico ao mandato do parlamentar, destinando centenas de benefícios, obras e ações para suas bases.

A ‘rebeldia’ descabida pode influenciar outros ‘aliados’ a agirem com as mesmas ‘armas’. Estas ações mostram claramente que os próprios aliados de João Azevêdo se tornaram seus principais adversários, sua oposição.

Falas como as do deputado são esperadas da oposição e não de um aliado ‘fiel’, de alguém que alega ser defensor do Governo.

Ou João Azevêdo toma as rédeas do processo e aumenta o tom contra tais ações, ou sofrerá muitas dores de cabeça com seus aliados-adversários.