Análise: O declínio do PSDB em Campina Grande

Desde que ocorreu o racha dentro do antigo PMDB em 1998, quando José Maranhão e Ronaldo Cunha Lima se tornaram adversários políticos na Paraíba, os partidários do poeta vinham se abrigando no PSDB.

No partido o grupo obteve grandes vitórias estaduais e municipais ao longo desse período, como por exemplo as duas eleições de Cássio Cunha Lima, filho de Ronaldo, para governador (2002 e 2006) e para o Senado (2010), além de duas vitórias em eleições para a prefeitura de Campina Grande, com Romero Rodrigues (2012 e 2016).

O próprio Ronaldo se elegeu deputado pelo PSDB, bem como seu neto, Pedro Cunha Lima, chegou a ser o federal mais votado em 2014, quando disputou uma eleição pela primeira vez.

Com a decisão de Romero em deixar o “ninho tucano” seguiu-se uma debandada de lideranças que eram filiadas ao partido em Campina Grande.

Hoje o PSDB Municipal possui apenas a sigla, mas padece sem nenhuma liderança municipal que venha sequer disputar a vereança.

Único nome forte dentro do partido, o deputado Tovar Correia Lima, que mostrou na pré-campanha um grande poder de articulação, reunindo lideranças, partidos, vereadores em volta do sua postulação, foi totalmente ignorado pela direção estadual do PSDB, que sequer o colocava como opção para a disputa.

Mesmo sozinho, Tovar “arregaçou as mangas” e foi a luta, mostrando sua leveza e fácil aceitação perante a classe política. Fez mais do que estava ao seu alcance. Mas foi engolido pelos interesses maiores dos tucanos de “alta plumagem”.

Em nível estadual, apesar de ter três deputados federais, o partido não será protagonista nas eleições municipais deste ano. A continuar essa trajetória, o “ninho tucano” na Paraíba será um ambiente inabitável em pouco tempo.