Na política partidária ter poder de articulação, posição, coragem e destemor são pontos essenciais para o sucesso de qualquer liderança que aspira longevidade ou mesmo alçar voos mais elevados.
No caso do ex-prefeito Romero Rodrigues, lhe sobra poder de articulação, mas as demais características são escassas, ou não existem. Após sair de uma exitosa gestão à frente da Prefeitura de Campina Grande, com fenomenal aprovação popular, o rapaz franzino de Galante demonstrou que seu potencial político não consegue ultrapassar os limites da serra da Borborema.
Romero deixou a prefeitura prometendo percorrer o Estado, ouvindo o sentimento da população, a fim de construir uma alternativa de candidatura ao Governo do Estado. Pouco tempo depois, com uma pré-campanha insossa, Romero anuncia desistência da postulação, alegando nos bastidores falta de apoio do seu grupo político.
Coube ao jovem deputado Pedro Cunha Lima resgatar sua pré-candidatura e liderar o grupo que acabara de ficar acéfalo em plena pré-campanha.
Ao tempo que desistia da campanha majoritária, Romero iniciava um processo de articulação a fim de formalizar uma aliança com o governador João Azevêdo, algo que deixou seus aliados surpresos e incrédulos.
E ao longo dos meses a aproximação de Romero do grupo de João só crescia, ao ponto do próprio irmão, deputado Moacir Rodrigues, crítico ferrenho do governador, se reunir com o mandatário estadual, após uma articulação de RR.
Agora, de forma inesperada novamente, Romero dá um ‘cavalo de pau’ cinematográfico nesta articulação e anuncia apoio à pré-candidatura de Pedro. A pergunta que se faz é: porque Romero noivou com João, se não queria deixar o casamento com o grupo Cunha Lima? Porque se indispôs com aliados?
O somatório da inconstância, indefinição e hesitação de Romero o fará atingir uma grande façanha: transformar uma liderança em fina poeira pelo meio do caminho.