Após fim do São João, comércio de Campina volta ao “pires na mão”

Foto: Ascom

Faz um bom tempo que o comércio de Campina Grande avança em um processo de encolhimento e perca de pujança. Seja pelo avanço das novas tecnologias, que possibilitaram o surgimento do e-commerce, ou mesmo pela incapacidade de reinvenção do varejo local, a realidade é que esse braço do setor terciário, tão importante para a economia da cidade, agoniza.

O que mais se vê em Campina Grande hoje, principalmente na área central, são lojas fechadas ou em processo de encerramento das suas atividades. As que ainda permanecem abertas só conseguem respirar em períodos sazonais, como o São João que acabamos de vivenciar.

Em meses como julho, agosto, setembro, o chororô e lamento de quem ainda ousa empreender nesse ramo é grande. Faltam clientes e sobram dívidas, duplicatas e boletos para pagar. É uma conta difícil de equacionar, até mesmo para os mais experientes empresários.

Além disso, a entidade que deveria estar em busca de alternativas e soluções para amenizar as dificuldades do segmento, parece estar anestesiada e acomodada em suas prerrogativas. Insiste em uma companha enfadonha e desacreditada, como o ‘Liquida Campina’, que não consegue empolgar a população consumidora da cidade, como ocorre na ‘Black Friday’.

Diferente da promoção importada da América do Norte, a campanha ‘tropeira’ da Borborema não empolga, nem convence o cidadão a sair de sua casa com a certeza de que realmente vai encontrar um produto barato de verdade para comprar.

Ademais, são escassas as iniciativas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-CG) que alcancem algum resultado significativo para o varejo campinense. A entidade vem permitindo o comércio literalmente murchar, sem que haja ao menos uma tentativa de reação.

É incrível constatar que na cidade onde a tecnologia ecoa de nossas universidades, o e-commerce local não tenha conseguido seu devido destaque. Uma cidade onde o Ifood e a uber reinam e não conseguem uma concorrente local à altura.

A cidade que nasceu do comércio não pode continuar olhando essa fonte motora de sua economia se esvaindo a cada dia. Cabe principalmente à CDL mudar essa realidade.