A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou uma nota alertando que os prejuízos acumulados pelas empresas do setor já alcançam mais de R$ 21 bilhões desde março de 2021, decorrentes da queda do número de passageiros e das medidas de isolamento social devido à pandemia.
Ainda conforme a entidade, esse prejuízo já fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o momento, em todo o país.
A associação aponta que a falta de políticas de apoio ao setor, principalmente por parte do Governo Federal, e a manutenção das atuais regras dos contratos de concessão podem levar a um aumento de pelo menos 50% nas tarifas de ônibus em todo o país a partir de janeiro, quando começam as revisões tarifárias previstas em contrato.
“A renovação coincide com as datas-base de motoristas e cobradores, que ocorrem entre janeiro e maio. Como os salários desses profissionais – que respondem por 48,8% em média, dos custos das empresas – estão pressionados pela inflação, o setor prevê forte pressão por reajustes salariais, num momento em que as empresas estão descapitalizadas e sem caixa para fazer frente às suas obrigações”, frisa a NTU na nota.
“Ao custo da mão de obra deve ser acrescentado ainda o óleo diesel, que é o segundo item que mais pesa na operação das empresas e responde por 26,6% em média, do custo do transporte público coletivo. Este ano, o diesel já acumula a absurda alta de 65% no preço”, esclarece no documento.