Instituto de Brasília aponta meios para o fortalecimento do transporte público em CG

Foto: Ascom

Uma nota técnica do Instituto do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (Instituto MDT), com sede em Brasília, assinada pelo economista Wesley Ferro Nogueira, secretário-executivo da entidade, traçou o quadro atual do serviço em Campina Grande e apresentou apontamentos sobre os mecanismos para garantia da viabilidade do sistema na cidade.

No documento, o MDT mostra a necessidade inadiável de as autoridades governamentais, sobretudo a gestão municipal, assumirem sua real responsabilidade em relação ao direito social ao transporte público, sob pena da completa inviabilização do serviço, que já vinha registrando ampla queda na demanda e viu a crise se agravar expressivamente com a pandemia.

“Assim como na grande maioria das cidades brasileiras, em Campina o sistema de
transporte público vem perdendo passageiros ano após ano e a pandemia só
aprofundou essa crise”, ressalta o economista.

“Esse modelo que baseia o seu financiamento exclusivamente naquilo que é gerado com o produto da receita tarifária não se sustenta há muito tempo, além de ser extremamente perverso com aqueles que dependem do sistema para a realização dos seus deslocamentos”, complementa.

Em seu artigo, o especialista ressalta a importância de o Município dar cumprimento à legislação existente, caso do Plano de Mobilidade Urbana de Campina Grande e, quanto ao custo da tarifa, aponta os caminhos, a partir da experiência de algumas cidades, para assegurar a manutenção do serviço de transporte público sem recorrer meramente aos aumentos dos preços.

“Cidades como Brasília e São Paulo avançaram um pouco no sentido de se resolver esse problema quando optaram por estabelecer uma separação entre a tarifa paga pelo usuário e a tarifa de remuneração dos operadores do transporte público, aportando recursos do tesouro quando a receita com o pagamento das passagens for menor que os custos totais do sistema”, explica.