O Brasil ainda se recupera dos prejuízos causados pela pandemia da covid-19, que trouxe a maior crise de saúde pública da história mundial recente e ainda por cima afetou diversos outros setores.
Um dos segmentos diretamente afetados, a educação, que já era desprezada pelos governos, parece ser um dos que mais sofre para se recuperar. E para completar sua carga de problemas, os servidores das universidades decidem deflagrar uma greve, que já se arrasta por meses em algumas instituições.
As reivindicações dos trabalhadores são justas, merecidas de serem ouvidas e atendidas. O Governo Federal, que se julga democrático e de diálogo, não consegue, até o momento, fechar um acordo para encerrar o movimento, que afunda ainda mais a qualidade da educação pública brasileira e reduz o interesse pelas nossas instituições federais.
É preciso dizer também que houve uma banalização do movimento grevista dentro das instituições públicas. Basta constatar que algumas delas ainda estão com o calendário letivo atrasado, devido ao último movimento paredista.
Foi-se o tempo em que os estudantes, ao prestar vestibular, tinham preferência pelas universidades públicas. Agora, devido às sequencias de greves, os candidatos a uma vaga em cursos superiores começam a reavaliar a opção de ingressar em uma instituição pública, sob risco de não concluir o curso no tempo regular.
Em uma greve só tem um perdedor: a educação pública. Se já não temos um bom ensino, não será um movimento como esse que vai melhorar a situação. Existem outras formas para os trabalhadores da Educação cobrarem do governo suas reivindicações.
Ao Governo Lula, é bom lembrar que foram os sindicatos, os movimentos de base os responsáveis por sua eleição em 2022. Se nem a estes, consegue agradar, imagine à população em geral.