Opinião: Novos reitores e o hiato entre UEPB, UFCG e Campina Grande

Das grandes instituições que Campina Grande pode se orgulhar, certamente suas universidades estão no topo da lista. A cidade é uma das poucas do interior do Nordeste que podem contar com duas unidades de pesquisa e ensino superior com reconhecimento nacional.

Com desenvolvimento de tecnologias inovadoras e pesquisas avançadas, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) exportam conhecimento e profissionais de alta qualidade para o mundo.

A UFCG, por exemplo, lidera o ranking nacional de patentes de invenção, elevando o nome de Campina Grande no conceito acadêmico nacional. Já a UEPB, através de seu Nutes, foi referência durante a pandemia, com a elaboração de equipamentos e tecnologia para proteção contra a covid-19.

São duas instituições que nasceram a partir da luta e da coragem de cidadãos campinenses, interessados progresso educacional de sua cidade. No entanto, hoje, elas se distanciam de Campina Grande, movidas por gestões desconexas da realidade local.

Essas universidades sempre participaram do cotidiano da cidade e não seria para menos, pois seus campi integram a formação urbana e seus alunos, professores e demais funcionários residem (integralmente ou parcialmente) em Campina.

Nos últimos meses, sob novas gestões, tanto UEPB, quanto UFCG se afastaram completamente das discussões sociais, urbanísticas de Campina Grande, se fechando em um mundo alheio à realidade da cidade.

Talvez, por não estarem sendo geridas por campinenses (nascidos ou adotivos), o fosso entre a cidade e essas instituições tenha aumentado tanto nos últimos tempos. Os novos reitores são ausentes e distantes da sociedade, da mídia e até mesmo da comunidade acadêmica.

Esse hiato é prejudicial tanto para as instituições, como para Campina Grande, que poderia ser mais beneficiada com as contribuições que essas universidades poderiam dispor.