Na Paraíba, toda vez que se fazia uma análise sobre o cenário eleitoral, era quase certo que se pensasse nas cidades de Campina Grande e João Pessoa como as grandes responsáveis pela decisão dos pleitos estaduais.
Antes, era Campina Grande o fiel da balança nas decisões estaduais. Foi ela responsável por decidir a vitória de Cássio Cunha Lima por duas vezes (2002 e 2006) e de Ricardo Coutinho por uma oportunidade (2010), em disputa pelo Governo do Estado.
Em 2014, João Pessoa e região metropolitana fizeram o ‘dever da casa’, levando Coutinho, que é natural da Capital, a ser reeleito. A partir daí, a frase mais ouvida nas rodas de conversa sobre política era que “Campina não decide mais eleição na Paraíba e sim a Grande JP”.
É inegável que João Pessoa, com seus 559 mil eleitores, e Campina Grande, com mais de 296 mil votantes, tenham importante relevância no cenário eleitoral, tanto é assim, que a maioria das chapas formadas para disputar o Governo, nas últimas eleições, foram compostas por lideranças das duas cidades.
Diante do protagonismo das duas maiores cidades do Estado, os pequenos municípios acabaram ficando marginalizados, esquecidos, ofuscados e quase irrelevantes dentro da montagem das estratégias eleitorais.
Foi exatamente neste vácuo que o governador João Azevêdo (PSB) decidiu apostas suas fichas para ganhar a eleição. Observando a dificuldade que teria para transpor uma alta rejeição nos grandes centros, o socialista conseguiu captalizar politicamente frutos das ações do Estado nas pequenas e médias cidades, que proporcionaram uma série de benefícios, melhorarando inclusive a autoestima desta população.
Resultado, obteve uma votação avassaladora em municípios que sequer eram lembrados nas apurações de pleitos anteriores. Cidade a cidade do interior, João ia cobrindo a vantagem que seu opositor, Pedro Cunha Lima, tinha aberto nos grandes centros.
Ao final da apuração, se fez ecoar uma mensagem de que o governante da Paraíba é escolhido por gente que mora nos quatro cantos do Estado. A partir de agora, as decisões e atenções dos políticos precisarão estarem atentas também ao sentimento do povo que mora no interior, que vota e quer ser ouvido e quer ter sua região integrada ao plano de desenvolvimento do Estado.