Apesar de aparecer como um dos nomes mais lembrados nas pesquisas para prefeito de Campina Grande neste ano, o deputado estadual Inácio Falcão (PCdoB) deverá enfrentar a “síndrome do teto eleitoral”.
Essa ‘patologia política’ já enterrou vários projetos majoritários na Paraíba, inclusive nas ultimas eleições estaduais. Quem possui essa síndrome, sempre larga na frente nas pesquisas, mas esbarra em sua limitação, a qual, os analistas chamam de ‘teto’, que seria o máximo de densidade eleitoral que o político consegue em uma campanha.
Isso obriga o portador de tal síndrome a acompanhar o crescimento dos seus adversários, enquanto ele não consegue agregar mais, e ainda corre risco de perder apoios nesse percurso.
Inácio tem uma boa penetração na periferia da cidade, entre as pessoas mais humildes, principalmente pelo trabalho assistencial que desenvolve nessas comunidades, porém isso por si só não será o suficiente para alavancar uma candidatura a prefeito.
É preciso conquistar a cidade como um todo, avançar em todas as camadas sociais e se consolidar em todos os seguimentos.
Além disso, pesam contra ele duas coisas. Uma delas é o partido ao qual está filiado, o PCdoB, que não tem uma boa aceitação entre o eleitorado de Campina Grande, que já demonstrou por inúmeras vezes ser conservador e preferir candidaturas à direita. Prova disso é que o PT nunca conseguiu ser majoritário na cidade, exceto na campanha nacional de 2006, quando o então presidente Lula concorria à reeleição com uma altíssima popularidade.
A outra é a dificuldade de articulação do próprio Inácio junto a lideranças políticas de base e junto aos demais grupos de oposição da cidade. E ainda por cima, o ‘camarada’ é analógico e em pleno século XXI, na era digital, não tem instalado em seu celular o aplicativo do Whatsapp, nem redes sociais para se comunicar com nova geração, diferente de alguns dos seus prováveis concorrentes.
Sem conseguir agregar a oposição e sem alcançar a cidade toda, Inácio seguirá com uma candidatura inerte até outubro.
