O ano nem começou direito e já se ouve nos bastidores a ladainha incansável das empresas de ônibus de Campina Grande em relação à falência do Sistema de Transporte Público de Passageiros da cidade.
É um ‘chororô’ antigo e interminável que vem rendendo bons frutos aos ricos proprietários destas empresas. Todo ano eles alegam que está havendo queda no número de passageiros, o que foi ainda mais agravado com a pandemia, e que isso está prejudicando o funcionamento do Sistema.
Aí, lá vem o Poder Público municipal se compadecer das empresas e conceder subsídios para que estas não quebrem. No entanto, mesmo com essa ajuda, o que elas fazem é aumentar a passagem e piorar o serviço oferecido à população.
É inegável que a situação do Transporte Público em Campina Grande é crítica, mas é impossível não responsabilizar as próprias empresas por parte deste prejuízo. Foi-se o tempo em que elas dominavam o mercado e mantinham o monopólio do setor na cidade.
Reinando e sem concorrência, faturaram alto e nunca resolveram devolver parte desta receita em favor da melhoria do Sistema. O tempo avançou rápido e com ele as novas tecnologias chegaram e revolucionaram tudo, inclusive o transporte.
Sem acompanhar essa modernização, o Transporte Público foi sucumbindo e sendo preterido pelos usuários, que encontraram alternativas mais confortáveis, baratas e viáveis de se locomover. As empresas até tentaram fazer ações pontuais, mas não tiveram coragem de fazer uma mudança radical, o que poderia ter sido a salvação.
As pessoas não vão mais trocar o conforto de um transporte por aplicativo para andar em um ônibus sujo, lotado e atrasado, pagando um valor semelhante. É ilógico!
Agora, com serviço ruim e passagem cara, as empresas vivem um processo de “autofalência”. E será sempre a Prefeitura que terá que socorrer empresas, usando dinheiro público?