O deputado estadual licenciado e secretário de Planejamento da Prefeitura de Campina Grande, Tovar Correia Lima (PSDB), discutiu com o presidente Associação Comercial de Campina Grande, Marcos Procópio, durante Live, ações e possibilidades para uma retomada da economia, sobretudo na Rainha da Borborema.
Para Procópio, a volta ao novo normal vai depender exclusivamente do comportamento da população com o enfrentamento ao coronavírus.
Apesar disso, ele avalia que haverá mudanças significativas na forma como as empresas irão se comportar daqui para frente.
Ao ser questionado por Tovar sobre a retomada econômica, o presidente da Associação Comercial de Campina Grande avaliou que, do ponto de vista de normalidade, se a economia conseguir voltar ao que era antes, já será um grande feito.
“Teremos que ter uma capacidade e uma necessidade de nos readaptar rapidamente para que o mais rápido possível possamos sair dessa situação”, disse.
De acordo com Procópio, reiniciar o processo econômico vai muito mais além do que simplesmente abrir o comércio. Para ele, é muito um processo muito mais complexo.
“Tem que ter toda uma infraestrutura logística para isso acontecer. Por exemplo, as empresas aéreas não estão trabalhando nem com 40% da malha, então como vamos reabrir os hotéis, se não tiver essa malha funcionando?”, indagou.
Segundo Marcos Procópio, o motor econômico, localmente falando, vai precisar de uma nova sincronia, observando como poderá acontecer o novo normal.
“Será um processo complexo. Para isso, é preciso que as pessoas tenham respeito consigo e com o outro. Isso será fundamental para esse processo de retomada uma vez que as relações interpessoais já mudaram. É preciso ter respeito com a segurança de todos, pois a economia não está dissociada da saúde. Para o novo normal, precisamos avaliar, por exemplo, de que forma os restaurantes vão funcionar do ponto de vista presencial? Tudo isso faz parte da complexidade para reiniciar o processo econômico, mas vamos chegar lá”, afirmou.
Relações – Para Marcos Procópio, a forma das pessoas trabalharem também precisará de uma readequação. Ele avalia que muitos trabalhadores e empreendedores precisarão aprender a ganhar dinheiro de uma forma diferente.
“Tem muita gente que não tem experiência com esse novo, com o digital, e depende das formas tradicionais de trabalho. Essas pessoas vão precisar de apoio institucional para fazer essa conectividade para que possam reavaliar a forma de trabalho. Com o apoio devido e com o respeito mútuo, tenho certeza que daqui a três, quatro meses estaremos adaptados, numa realidade diferente, tocando a vida, transformando a nossa economia”, destacou.
Conforme o presidente da Associação Comercial de Campina Grande, o setor produtivo ainda tem muitas dúvidas. Uma delas é a forma de trabalho. Saber como as pessoas vão poder trabalhar de home office e garantir a produtividade que tinha presencialmente.
“Muitas pessoas não estão adaptadas já que o trabalho em casa exige um nível de disciplina muito grande. Então, essa é uma grande dúvida, mas muitas empresas começaram essa avaliação, pois os trabalhos de muitas está tendo que ser realizado dessa forma”, disse.
Economia – Marcos explicou que Campina Grande está assentada em três tripés econômicos. Um pólo educacional, um pólo de saúde e um industrial e de serviços e que é preciso se apoiar em todas para garantir uma retomada segura, que evite um “efeito sanfona”.
“Temos que ter muito cuidado com o retorno das atividades, pois um efeito sanfona pode ser mais prejudicial ainda. Só estaremos de fato mais seguros quando descobrirem uma vacina para essa doença”, avaliou.
Lockdown – Tovar ainda questionou Marcos Procópio sobre a possibilidade do Estado da Paraíba decretar um fechamento completo das atividades econômicas.
Para o presidente da Associação Comercial de Campina Grande, do ponto de vista da vida das pessoas e da economia seria um desastre, seria levar a ruptura. “É preciso ter a educação das pessoas para não chegarmos a esse extremo”, afirmou.
Para Marcos, é necessário conseguir em Campina Grande e nas cidades vizinhas um nível de responsabilidade das pessoas para que não tenha que chegar até um fechamento total das atividades.
“A gente tem uma cidade que consegue interagir muito forte com as pessoas e isso pode ser usado. Precisamos fazer com que todos respeitem as determinações de saúde para que possamos sair dessa situação de uma forma mais rápida”, avaliou.
De acordo com Marcos, a perspectiva para esse ano é de uma grande recessão o que, segundo ele, vai gerar uma enorme quantidade de mortalidade de empresas e consequentemente de empregos.
“Agora, quantificar quantas empresas vão desaparecer e quantos empregos e por quanto tempo, isso não sabemos mensurar. Quanto mais a quarentena vai se prolongando, mas vai afetando o PIB para o final do ano. A preocupação é o que o impacto nacional vai reverberar em nível local. Lembro que todo esse processo e o futuro econômico vai ser sustentado em cima do como”, afirmou.
Da redação com Ascom