As discussões sobre as configurações políticas já fazem parte do cotidiano de muita gente na Paraíba, além de nortear boa parte da produção jornalística local. Nas rodas de conversa ou nos encontros casuais, sempre sobra ou se reserva um espacinho para abordar, nem que seja de forma superficial, o cenário político da cidade, do Estado e do país.
Nas pequenas cidades, as discussões sempre ficam em volta da polarização entre o grupo do prefeito de plantão e aqueles que lhe fazem oposição. Nos maiores centros urbanos, além dessa gangorra, os analistas se dão ao ‘luxo’ de discutir de conjecturar sobre o cenário local e seus impactos na configuração política estadual, tendo em vista que a maioria das chapas majoritárias são compostas a partir de lideranças políticas advindas das maiores cidades.
Em 2022, a polarização nacional entre Bolsonaro e Lula (direita e esquerda) praticamente engoliu as discussões em relação às eleições estaduais, as quais, historicamente foram mais acirradas e dominavam o debate político.
Com o arrefecimento da polarização nacional, a conjuntura local voltou a interessar parte da população, apesar de entender que a maioria esmagadora do povo ‘não está nem aí’ para o debate político, infelizmente.
Na Paraíba, há um excesso de interesse da classe política, pois o processo de discussão passa por uma antecipação desnecessária e prejudicial. Por aqui, o debate sobre as eleições municipais, que irão acontecer somente no ano que vem, foi suprimido por uma ânsia de algumas lideranças em já iniciar as tratativas para o pleito de 2026, que vai ocorrer daqui a três anos, vejam bem, três longos anos!
Embora prejudicial, uma pequena antecipação do processo era até tolerável, como sempre chegou a acontecer. No entanto, começar um debate com três anos de antecedência, é um desrespeito ao cidadão, às instituições à própria política.