Conselheiros de Saúde lançam nota contra reabertura do comércio em CG

Um grupo de 14 membros do Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande divulgou uma nota se posicionando contra o plano de reabertura do comércio da cidade a partir da próxima segunda-feira.

No texto, o grupo alega que essa medida “expõe a nossa população a um elevado risco epidêmico e com possibilidade de consequências de extrema gravidade”.

Veja o documento na íntegra.

CONSELHEIROS DA SAÚDE MUNICIPAL EM DEFESA DA VIDA, EM DEFESA DO SUS

O Controle Social tem o dever e a atribuição legal de fiscalizar, monitorar, propor e defender a saúde da população e acima de tudo o SUS. Hoje, como Conselheiros do Conselho Municipal de Saúde não podemos nos omitir diante do fato da gestão municipal, atuar  na contramão das orientações da  OMS, da comunidade científica e até do Ministério da Saúde,  contra a opinião das mais renomadas autoridades médicas, epidemiologistas,  pneumologistas, e pesquisadores, quando propõe a abertura do Comércio gradativamente. Isso  expõe a nossa população a um elevado risco epidêmico e com possibilidade de consequências de extrema gravidade.

No último sábado (28/03), o prefeito Romero Rodrigues, recebeu por vídeo conferência as informações do infectologista Dr. Rodolfo Dantas que forneceu todas as informações acerca do risco da quebra do isolamento social. O relatório do infectologista recebeu o nome “A matemática do covid-19 em Campina Grande e o distanciamento social”.

Os dados são alarmantes, preocupantes para nossa cidade, sobretudo quando sabemos que não temos como socorrer nossa população se o novo coronavírus se propagar sem controle no compartimento da Borborema.

O plano proposto pela Secretária de Desenvolvimento econômico, Sra Rosália Lucas, expressa total descaso  com a vida humana  e descompromisso com todos os cidadãos e cidadãs desse município além de retratar total desconhecimento das consequências que essa atitude trará aos nossos munícipes. Demonstra claramente sua preocupação apenas com o lucro de quem tanto já ganha nas costas dos trabalhadores.

Indo  inclusive de encontro  ao posicionamento do próprio Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que  juntamente com os demais ministros, reafirmou categoricamente, que o SUS precisa de tempo para se preparar para o pico da doença.  Destacamos ainda que a falta de EPIs, insumos e outros, para enfrentarmos essa guerra coloca em risco todos os profissionais envolvidos nessa batalha.

Enquanto Conselheiros sabemos do que estamos falando. Sabemos, principalmente por estarmos na ponta da saúde do município. Sabemos porque somos o Controle Social.

Pelo exposto, propomos também que SEJA CRIADO UM COMITÊ DE CRISE com representação de todos os segmentos sociais para analisar e propor saídas a médio e longo prazo. Propomos que as diversas entidades e instituições sociais sejam instadas a contribuir para que a população mais vulnerável tenha seu direito sagrado e universal, que é o DIREITO A VIDA, através de trabalho voluntário, coordenado pela SEMAS.Esperamos a apreciação das nossas reivindicações e que O PREFEITO  SUSPENDA IMEDIATAMENTE este plano  proposto pela SEDE, arbitrário  e irresponsável inclusive, e juntos possamos encontrar soluções pela PRESERVAÇÃO DA VIDA HUMANA e  em prol da saúde da nossa população.

Por fim, conclamamos a todos e todas: FIQUEMOS EM CASA!

Atenciosamente,

1- Flávia Mentor –  Conselho Regional de Medicina – CRM

2- Socorro Ramalho – Professora / CUT / SINTEP

3 – Elisabete Duarte -SINTAB

4 – José Irelanio – Professor/ ADUFCG no

5 – Alecsandra Tomaz – Professora/UEPB

6 – Daniel Oliveira – Associação Campinense de Diabéticos

7 – Glaucineth Cavalcante de Albuquerque Lima – Conselho Regional de Serviço Social – CRESS

8 – Juliane Peixoto ASPEN/ PSF – CG

9 – Homero Rodrigues- HUAC

10 – Keyla Pimentel – CUT

11 – Gerlane  – 3 ° Núcleo de Saúde

12 – Cleomar Jamerson – FORUM EM DEFESA DO SUS

13 – Fernando Lopes Siqueira- Sind. dos Empregados do Comércio de CG

14 – Yuzianni Rebeca de M. S. M. Coury – OAB /Campina Grande

02 de abril de 2020.