Opinião: Geraldo Medeiros, um profeta no deserto da insensatez

Foto: Blog do Max Silva

“Festas de natal e de réveillon são um cenário ideal para aumentar a propagação e gerar um surto ou até uma epidemia no estado do H3N2 e aumentar a circulação do coronavírus”.

Essa declaração/‘profecia’ foi feita pelo secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, durante entrevista a este jornalista no dia 22 de dezembro de 2021. Um alerta do que viria pela frente como resultado das aglomerações de fim de ano.

Estamos no dia 09 de janeiro de 2022 e a ‘profecia’ de Dr. Geraldo mais uma vez se cumpre, simplesmente por causa da insensatez humana em não dar ouvidos a seu alerta, nem atender às recomendações das autoridades de Saúde Pública.

São serviços públicos de João Pessoa lotados de pessoas com sintomas respiratórios (gripe ou covid-19), em busca de atendimento e aumento na procura por testes rápidos também em Campina Grande.

E o cenário ainda deve piorar muito mais, justamente por causa do veraneio, onde as pessoas viajam, se infectam, e voltam para suas cidades com o vírus (H3N2 ou coronavírus) e transmitem para outros.

Foi assim durante toda a pandemia. Por inúmeras vezes, Geraldo Medeiros foi taxado de exagerado, ‘querer acabar com a atividade econômica’, ‘profeta do caos’ e muitos outros adjetivos, só por trazer alertas como esse à população.

Resultado: as pessoas não davam ouvido aos seus avisos e pouco tempo depois, tudo aquilo que era ‘profetizado’ baseado na ciência e nos estudos clínicos, vinha a se cumprir tal como tinha sido prospectado pelo secretário.

Se nem uma pandemia tão severa e mortal fez com que pudéssemos aprender alguma coisa, devo dizer, com muita tristeza, que Dr. Geraldo vai continuar seu ‘ministério’ como João Batista, no deserto.