Opinião: Tem certeza que quer disputar “2022” com Moro, Bolsonaro?

Foto: Carolina Antunes/PR

Parece que o presidente Jair Bolsonaro não consegue ficar um dia sequer sem arrumar uma confusão, seja com a mídia, com o Supremo, com o Congresso ou mesmo com um de seus auxiliares.

Após um esgarçado processo de fritura pública e desencontros com Luiz Henrique Mandetta, que resultou na sua demissão do Ministério da Saúde, em meio à uma pandemia de coronavírus, Bolsonaro arrumou outro alvo.

O presidente agora mira outra estrela do seu governo, o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública. Pela segunda vez Bolsonaro tenta trocar o chefe da Polícia Federal Maurício Valeixo, que venha a ser um dos homens de confiança do ministro.

Na primeira tentativa Bolsonaro acabou desistindo ao perceber que demitindo Valeixo, forçaria a saída de Moro do Governo e com isso criaria um forte adversário para as eleições de 2022.

Durante esse período ocorreu uma guerra fria entre Bolsonaro e Moro, que aproveitou e aumentou sua exposição na mídia, ampliando inclusive a quantidade de entrevistas aos meios de comunicação. Após o resultado de pesquisas demonstrando a alta popularidade do ex-juiz, o presidente resolveu desistir da mudança.

Agora, Bolsonaro dobra a aposta e avisa novamente que pretende trocar o auxiliar de Moro, em uma nova tentativa de forçar a demissão do ministro que ameaça sua popularidade. Ao que parece, o presidente não gosta de quem se destaque mais que ele.

Se Moro, herói da direita por condenar o ex-presidente Lula, deixar o Governo, se tornará uma pedra no sapato de Bolsonaro, vindo a ser um fortíssimo nome para disputa presidencial em 2022.