Pedidos de seguro-desemprego disparam no país em maio

Os pedidos de seguro-desemprego de trabalhadores com carteira assinada subiram 76,2% na primeira quinzena de maio em relação ao mesmo período do ano passado.

O levantamento foi divulgado hoje (21) pela Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia e considera tanto os atendimentos presenciais – nas unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e das Superintendências Regionais do Trabalho – e os requerimentos virtuais.

Na primeira metade do mês, 504.313 benefícios de seguro-desemprego foram requeridos, contra 286.272 pedidos registrados no mesmo período do ano passado. Ao todo, 77,5% dos benefícios foram pedidos pela internet no mês passado, contra apenas 1,7% no mesmo período de 2019.

Número acumulado

Apesar da alta de maio, os pedidos de seguro-desemprego cresceram em ritmo menor no acumulado do ano, tendo somado 2.841.451 de 2 janeiro a 15 de maio de 2020.

O total representa aumento de 9,6% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado, 2.592.387.

A própria secretaria, no entanto, estima que os dados para o ano podem estar subestimados em até 250 mil pedidos.

Isso porque diversos trabalhadores sem acesso à internet não estão conseguindo pedir o benefício nas unidades de atendimento presencial, que estão com o funcionamento suspenso por causa da pandemia de covid-19.

A estimativa foi elaborada com base na média dos pedidos de seguro-desemprego por meio do atendimento presencial.

Segundo o Ministério da Economia, a pasta está divulgando as projeções de pedidos que deixaram de ser realizados para dar um quadro mais honesto do impacto da pandemia sobre o mercado de trabalho.

Nos cinco primeiros meses do ano, 46,1% dos requerimentos de seguro-desemprego (1.309.554) foram pedidos pela internet, pelo portal gov.br e pelo aplicativo da carteira de trabalho digital; 53,9% dos benefícios (1.531.897) foram pedidos presencialmente.

No mesmo período do ano passado, 98,4% dos requerimentos (2.551.623) tinham sido pedidos nos postos do Sine e nas superintendências regionais e apenas 1,6% (40.764) tinha sido solicitado pela internet.

Embora os requerimentos possam ser feitos de forma 100% digital e sem espera para a concessão do benefício, o Ministério da Economia informou que os dados indicam que muitos trabalhadores continuam aguardando a reabertura dos postos do Sine, administrados pelos estados e pelos municípios, para darem entrada nos pedidos.

O empregado demitido ou que pediu demissão tem até 120 dias depois da baixa na carteira de trabalho para dar entrada no seguro-desemprego.

Perfil
Em relação ao perfil dos requerentes do seguro-desemprego na primeira quinzena de maio, a maioria é masculina (58%).

A faixa etária com maior número de solicitantes está entre 30 e 39 anos (32,5%) e, quanto à escolaridade, 61,9% têm ensino médio completo.

Em relação aos setores econômicos, serviços representou 42,1% dos requerimentos, seguido por comércio (26,2%), indústria (20,6%) e construção (7,8%).

Os estados com o maior número de pedidos foram São Paulo (149.289), Minas Gerais (53.105) e Rio de Janeiro (42.693) e os que tiveram maior proporção de requerimentos via web foram Acre (97%), Rondônia (96,7%) e Amazonas (95,9%).

Da redação com Agência Brasil